Com jeito de Indiana Jones e perfil de topmodel, a arqueóloga Lara Croft dá o ar da graça no universo dos consoles e no imaginário de muitos gamers desde 1996.


A personagem é, sem sombra de dúvida, uma das mais populares no mundo dos jogos, o que lhe rendeu o título de “heroína de videogames mais bem sucedida” dez anos depois de sua primeira aparição no Guiness Book, o livro dos recordes. Com ela, outras heroínas, como Samus Aran (Metroid) e Jill Valentine (Resident Evil), elevaram ainda mais o destaque feminino dentro dos games.


Lady Croft é a estrela da famosa série Tomb Raider, além de protagonista de comics, uma participação especial no PopMart World Tour do U2 em 1997 e de dois longa metragens, por enquanto (2013 promete mais um filme mostrando um novo capítulo da saga da arqueóloga), onde a heroína foi encarnada por ninguém mais, ninguém menos que Angelina Jolie. É também verdade que a heroína foi uma das primeiras personagens da era 32-bits a subir rumo ao estrelato.
Lara nasceu na Inglaterra e foi criada para ser uma aristocrata, vivendo cercada pelo luxo e viajando livremente pelo mundo. Após conhecer o renomado arqueólogo Von Croy, desperta em Lara o desejo de desvendar enigmas nos lugares mais remotos à procura de artefatos antigos. Esta foi a inspiração para o início das aventuras de Lady Croft.
Lara parte em uma jornada em busca de conhecimento sobre civilizações antigas em todo o globo. Em suas solitárias viagens por ruínas desertas, tumbas inexploradas, armadilhas e quebra-cabeças, ela se sente verdadeiramente “viva”. Lara enfrenta tudo, desde gangsters a animais perigosos – como cães selvagens e dinossauros – seres lendários (múmias) e sobrenaturais.
A inglesa se destaca pelo seu espírito aventureiro, curiosidade aguçada, postura atlética, inteligência, e claro, sua beleza. Aliás, segundo o responsável pelo design da heroína, Toby Guard, a imagem de ’sex appeal’ não foi intencional. Muito pelo contrário. A base para o desenho de Lara tinha como chave-mestre mostrar uma mulher prática e independente, com um visual simples, sem roupas extravagantes e um par de pistolas a mão. Mas não tem como negar que sua imagem deu aquela força para torná-la um ícone dos games, não é? Embora, com o avanço da tecnologia 3D, ela tenha ganhado traços mais condizentes com a realidade, ou melhor, mais proporcionais, diga-se de passagem, nos últimos anos.
Tanto Lara Croft como a série Tomb Raider marcaram gerações inteiras e renderam uma sequência de sucesso atrás da outra. Até o ano 2000 não houve interrupção: Tomb Raider (1996), Tomb Raider II (1997), Tomb Raider III (1998), Last Revelation (1999) e Chronicles (2000).
Nesta lista, eu recomendo dois. O “Last Revelation” para quem gosta de explorar mistérios ligados à mitologia egípcia. É um prato cheio. É divertido de jogar, exceto na parte do deserto, onde você literalmente se perde, pelo menos eu demorei até encontrar o caminho certo. Mas entrar naqueles templos antigos compensa qualquer barreira. Eu tive alguns problemas também com o carro, mas, para a minha felicidade, foi só no início. É uma questão de pegar o jeito, eu diria. E eu não poderia deixar de falar do “Tomb Raider II”. Lembram daquele treinamento na casa da Lara? Omordomo a persegue com uma bandeja de chá. Aquele som das xícaras balançando a cada passo, lembro muito bem. A melhor parte é quando, enfim, ela consegue trancá-lo no congelador. Que alívio!

Claro que sua trajetória nem sempre esteve sob o sol. Lara passou por uma fase escura em 2003, com o lançamento do game “Angel of Darkness”. Com um ar mais dark e um olhar pesado, a arqueóloga desapareceu e ressurgiu como uma fugitiva, acusada de assassinato. Três anos depois, Lady Croft volta à ascensão com “Legend”, recuperando todo o gás de aventura ao melhor estilo Indiana Jones, perdido até então.
Em 2007, Lara passa por uma repaginada no visual com o remake do primeiro game, chamado “Anniversary”. E no ano seguinte, agora em um cenário totalmente novo, um lugar que remete à selva, Lady Croft reaparece em “Underworld” sem a tradicional trança que a caracterizava até então e com um toque avermelhado no cabelo, um pouco mais curto que o habitual.
Em 2010, a heroína deixou o nome “Tomb Raider” (intencionalmente, afinal o jogo em nada lembra a série) e abraçou uma aventura independente, com uma novidade: o modo cooperativo. No modo multiplayer, Lara conta com a ajuda de um guerreiro maia chamado Totec. Para fechar a chave de mudanças significativas, a musa dos games deve aparecer ainda mais realista, com um visual de “guerreira contemporânea” numa espécie de ‘reboot’ da franquia Tomb Raider.
E para você, qual a cena mais marcante de “Tomb Raider”?